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A Última Ceia

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A ÚLTIMA CEIA - CRÍTICA

Diretor puxa nervo teso do racismo com história de amor

CHRISTIAN PETERMANN
crítico do Guia da Folha

No ano em que o cineasta alemão Marc Forster, educado na Suíça e hoje atuante em Hollywood, retorna às telas com o arrebatador "Em Busca da Terra do Nunca" (04), no qual ele faz seus personagens encontrarem na fantasia a suplantação dos reveses da realidade, é ainda mais interessante (re)ver "A Última Ceia", seu drama sulista arduamente romântico. Neste seu filme de revelação/consagração, Forster puxa o nervo teso do racismo com uma história de amor que, por circunstâncias culturais, nega o luxo aos seus protagonistas de se perderem na ilusão.

Talvez por sua origem européia e também pelas sutis liberdades presentes numa produção "menor" como esta, Forster chega o mais próximo possível do realismo num produto que, de qualquer forma, tem a intenção de vingar no mercado. Seu estilo seco e distante, quase impiedoso, explora as melhores nuances dos dois núcleos dramáticos: a rude relação entre avô (Peter Boyle), pai (Billy Bob Thornton) e filho (Heath Ledger), três gerações de guardas penitenciários e de radical postura racista, quebrada com o terceiro e mais frágil elo da corrente; e a inesperada paixão que nasce entre esse pai, Hank Grotowski, e uma viúva afro-americana, Leticia Musgrove (Halle Berry, na melhor atuação de sua carreira).

Uma irônica conexão entre eles responderá pelo belo e silencioso final.

As cenas mais comentadas são, sem dúvida, as de sexo entre o casal protagonista, em especial por ofertarem um nu frontal de Berry. Mas a entrega absoluta dos atores, a forma intensa com que Forster filmou estas passagens e seu contexto narrativo revelam, por fim, a real dimensão da autenticidade e do poético alcançados aqui. Por menos belo que seja o mundo retratado nesta obra, há nele uma poesia do acaso que assumirá a frente no "Em Busca da Terra do Nunca".

Forster é um cineasta para se acompanhar de perto.
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