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JACKIE BROWN - CRÍTICA

Trabalho é considerado o mais comportado de Quentin Tarantino

CHRISTIAN PETERMANNM
crítico do Guia da Folha

"Jackie Brown" pode ser considerado o filme mais comportado de Quentin Tarantino. Isto não quer dizer, em absoluto, que a obra esteja desprovida dos toques "tarantinescos" que caracterizam sua carreira. Muito ao contrário! A transposição para as telas do envolvente romance homônimo de Elmore Leonard, realizada pelo próprio Tarantino, dá campo para os principais traços estilísticos do cineasta.

Há citações a rodo ao mundo do cinema, desde a narrativa na tradição de "Rashomon" (50), de Akira Kurosawa, no qual os fatos são apresentados sob vários pontos de vista, até menções diretas a filmes como "A Primeira Noite de um Homem", "Era Uma Vez na América" e "Poderosa Afrodite".

Os diálogos, sempre afiados, remetem por vezes a outros trabalhos de Tarantino, num exercício único na atualidade de auto-referência, ou a outras obras, por exemplo, do ator Samuel L. Jackson. A trilha sonora, compilada sempre a dedo pelo diretor, traduz à perfeição, como de hábito, seu caldeirão pop criativo, incluindo nomes como Supremes, Johnny Cash e Bobby Womack, entre outros.

E o cineasta sempre resgata atores da berlinda: se foi John Travolta em "Pulp Fiction" e David Carradine nos dois "Kill Bill", aqui é o caso de Pam Grier e Robert Forster.

E a presença de Grier no carismático papel-título é mais do que sintomática, já que o filme é, acima de tudo, uma homenagem ao gênero black dos anos 70, os "blaxploitation movies", em especial "Foxy Brown" (74), que Pam estrelou no auge de sua carreira.

A fascinante relação central entre Jackie Brown e Max Cherry (Forster) responde pela construção dramática mais convencional em toda a obra de Tarantino, mesmo salpicada, por exemplo, pelas intervenções quase cômicas de Robert de Niro como Louis Gara.

Esta opção por um registro narrativo mais formal não diminui o filme em comparação aos outros do diretor. Só não há aquele ímpeto inquietante presente em "Pulp Fiction" ou "Kill Bill".
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