JACKIE BROWN - SOBRE O FILME
Tarantino lembra cinema negro
LUCIANA PAREJA
Colaboração para a
Folha Online
Divulgação/Imagem Filmes |
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Robert De Niro e Samuel L. Jackson em cena do filme |
Rodado com modestos US$ 12 milhões, "Jackie Brown", produção de Quentin Tarantino seguinte a "Pulp Fiction -- Tempo de Violência", foi uma homenagem do diretor ao "blaxploitation" (cinema feito por negros, com negros e para negros) dos anos 70, nos EUA.
Trazendo como protagonista a diva do movimento, Pam Grier --então no ostracismo--, o filme é uma adaptação do livro "Ponche de Rum", de Elmore Leonard, um dos mestres da literatura policial norte-americana.
No elenco, além de Grier, Samuel L. Jackson interpreta um traficante de armas, Robert De Niro é um comparsa e Bridget Fonda, uma das namoradas do chefão. Destaque para as atuações de Michael Keaton, como um dos policiais, e para Robert Forster, outro que também caiu no esquecimento, como um apaixonado advogado.
Jackie Brown (Grier) é uma comissária de bordo que complementa sua renda com um trabalho nada limpo: levar remessas de dinheiro do traficante de armas Ordell Robbie (L. Jackson) para uma conta fora dos EUA. Na volta de uma dessas viagens, ela é presa pelos policiais Ray Nicolette (Keaton) e Mark Dargus (Michael Bowen), que propõem um acordo. Brown terá que entregar o criminoso em troca de sua liberdade, mas ela sabe que trair Ordell é o mesmo que assinar sua sentença de morte.
A trilha sonora, item dos mais interessantes nas produções do cineasta, também vai ao encontro da onda setentista e evoca hits dançantes da "black music" como "Across 110th. Street" de Bobby Womack, fazendo referência a Isaac Hayes, compositor de inúmeras trilhas sonoras da época.