AS HORAS - CONTEXTO HISTÓRICO
Ícone do feminismo, escritora teve vida conturbada
MARIANA VIVEIROS
Colaboração para a Folha Online
Virginia Woolf (1882-1941) foi escritora, ensaísta, defensora de idéias feministas e crítica literária. A mãe, Julia Stephen, descendia de anglo-indianos. O pai, Leslie Stephen, era um autor e editor importante.
Virginia tinha três irmãos, Vanessa, Toby e Adrian, e outros três do primeiro casamento da mãe --Stella, George (que ficou famoso quando ela sugeriu, em suas memórias, que ele havia abusado sexualmente dela) e Gerald.
Todo o argumento político da escritora, que tinha a ver com o mau tratamento das mulheres no início do século 20, baseava-se no fato de ela não ter freqüentado a escola nem a universidade. Ela se ressentia por ser autodidata e não ter uma educação como a dos irmãos.
Assim que se casou com Leonard Woolf, em 1912, ela ficou doente. Durante três anos, sob cuidados de enfermeiras, tentou se matar.
Leonard achou que o estresse da vida moderna deprimia Virginia, e se mudou com ela para Richmond, no subúrbio londrino.
Virginia só publicou seu primeiro romance, "A Viagem", em 1915, aos 33 anos. A escritora sempre tentava descrever as pessoas não pelo que falavam ou pelo seu comportamento, mas pelo que não diziam, pelo que não faziam, pelo que pensavam. O estilo ficou conhecido como "fluxo da consciência".
Os especialistas acreditam que a Segunda Guerra Mundial --bombardeios, estresse, tensão e horror causados pelo conflito-- teve um importante papel na decisão de Virginia cometer suicídio, se afogando no rio Ouse.
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