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AS HORAS - CRÍTICA

Julianne Moore não leva Oscar, mas rouba a cena no filme

CHRISTIAN PETERMANN
crítico do Guia da Folha

Foi Nicole Kidman que venceu o Oscar de atriz por sua personificação da escritora Virginia Woolf, mas quem realmente rouba o show no filme "As Horas" é Julianne Moore. A interpretação interiorizada de Kidman é fria e estudada, enquanto que a presença de Moore é intensa e luminosa, em especial no belíssimo duelo de interpretação que se desenrola na cozinha da casa de sua personagem, Laura Brown, durante uma conversa com a amiga Kitty Barlowe (Toni Collette).

O tempo narrativo de Laura, os anos 50, tem curiosa semelhança histórica ao do papel protagonista de Moore em "Longe do Paraíso". A atriz, além de ter "physique du role" para a época, é de longe um dos principais motivos para se possuir este filme.

Laura Brown faz a ponte mais vívida da história, unindo a intrincada personalidade de Woolf à moderna Clarissa Vaughan (Meryl Streep, no terceiro papel feminino de destaque, mas que é também o menos nuançado).

O nervo central do tempo presente escapa das mãos de Clarissa e de personagens secundários fracos, como sua filha, Julia (Claire Danes); graças à breve e vigorosa atuação de Ed Harris, o eixo dramático desloca-se para Richard Brown, um amigo soropositivo limitado a uma cadeira de rodas. Mesmo com impacto esmaecido se comparado aos outros dois tempos da trama, o presente é um bloco narrativo precisamente costurado a ambos pelo livro "As Horas".

O roteirista e dramaturgo David Hare já havia mostrado seu talento de adaptador de romances e peças teatrais em trabalhos como "Perdas e Danos" (92), de Louis Malle, e "Plenty - O Mundo de uma Mulher" (85), de Fred Schepisi, que partiu de uma peça de sua própria autoria e também foi protagonizado por Streep.

Aqui, ele alcança seu melhor resultado, com a inegável colaboração nas telas tanto do bom elenco quanto da direção atenta e carinhosa de Stephen Daldry e da acertada trilha sonora romântico-minimalista de Philip Glass (com uma canção de Richard Strauss).

É, por tudo isso, um filme que trabalha todas as letras da emoção.
A COLEÇÃO
 

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