DVDteca Folha
A Vida é Bela Gênio Indomável A Última Ceia Regras da Vida O Fabuloso Destino de Amélie Poulin Entre Quatro Paredes As Horas Jackie Brown Chocolate Terra de Ninguém O Talentoso Ripley Pollock
A Vida é Bela

Sobre o filme

Diretor

Atores

Contexto histórico

Curiosidades

Crítica

Galeria de imagens

Trailer

Quiz

Textos da Folha

Sites relacionados

 
A VIDA É BELA - CRÍTICA

Obra começa como conto de fadas e termina como fábula

CHRISTIAN PETERMANN
crítico do Guia da Folha

É fácil entender porque o drama "A Vida É Bela" (97), dirigido, co-escrito, co-produzido e protagonizado pelo italiano Roberto Benigni, foi um dos filmes mais comentados e premiados do final da década de 90, sem falar também num dos longas-metragens estrangeiros mais vistos no mundo (apenas nos Estados Unidos, ele arrecadou consideráveis US$ 58 milhões).

Pelo lado do público, foi uma obra que promoveu catarse, e das boas, caindo fácil no gosto da massa; pelo dos críticos, da mídia e dos festivais internacionais, este trabalho inovou na abordagem de temas já muito explorados - entre eles, o horror dos campos de concentração nazistas - dentro de um código popular e de imediata identificação.

Benigni começa sua história como um conto de fadas e o termina como uma fábula. A primeira parte do filme envolve pela beleza e suntuosidade do ambiente e das situações que servem de fundo para a paixão entre o expansivo Guido Orefice (o próprio diretor) e Dora (Nicoletta Braschi, mulher de Benigni na vida real). Já a segunda metade, que é o verdadeiro nervo criativo e emocional da obra, transfere a ação para o interior de um campo de extermínio, no qual Guido, agora na faceta pai, inventa histórias para desviar a atenção de seu filho pré-adolescente, Eliseo (o carismático Giustino Durano), do terrível mundo que os cerca.

Trata-se de um conceito narrativo essencialmente católico. A bela relação pai/filho dá-se sob o signo do sacrifício, que busca a superação pela via da ilusão (nada mais cinematográfico!). Com suas tramas mirabolantes, Guido transforma-se em alívio momentâneo para todos à sua volta.

E Benigni manipula bem o clichê do protagonista-mirim, que provoca reações primais no espectador, de empatia, proteção, comoção a, por fim, a catarse. E sua referência a "O Grande Ditador" (40), de Charles Chaplin, evidencia o discurso claro e reconhecível do cineasta. Ele quis comover a muitos, e assim o conseguiu.
A COLEÇÃO
 

Copyright Folha Online. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página
em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folha Online.