TERRA DE NINGUÉM - DIRETOR
Bósnio se engaja no conflito e faz dele seu primeiro filme
MARINA MELLO
Colaboração para a Folha Online
O humor e uma câmara salvaram sua saúde mental. É assim que o cineasta bósnio Danis Tanovic explica como conseguiu sobreviver à Guerra da Bósnia. Ele se engajou no conflito, pois se identificava com os ideais bósnios, etnia que se opunha aos sérvios. Seu empenho foi o de registrar o que acontecia na linha de fronte.
Aproveitando essa marcante experiência, em 1999, realizou seu primeiro longa de ficção, "Terra de Ninguém", premiado em Cannes, além de levar o Oscar e o Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro.
Quando a guerra começou, estudava cinema na Academia do Filme de Sarajevo. Juntou imagens suficientes para implantar o Arquivo do Filme das Forças Bósnias. Aí foi reunido material utilizado em várias reportagens e documentários em todo o mundo. Tanovic também produziu documentários para o exército.
O cineasta deixou Sarajevo em 1994 quando pesava apenas 60 quilos. Foi para a Bélgica, onde retomou seus estudos de cinema. No início de 1999, decidiu contar uma história para que as pessoas pudessem entender o que havia se passado na Bósnia e escreveu o roteiro de "Terra de Ninguém".
Foi convidado a realizar um dos trechos de "11 de Setembro", em que cineastas rodaram episódios que tinham como mote os atentados em território norte-americano. Mais uma vez, Tanovic se defrontou com toda a violência de que o homem é capaz. Em 2005, filma "L´Enfer" (O Inferno), com roteiro de Krzysztof Kieslowski e atuação de Emmanuelle Béart.
Carreira
- "L´Enfer" (2005)
- "11 de Setembro" (2002)
- "Terra de Ninguém" (2001)
- "Budenje" (1999)
- "Ça Ira" (1998)
- "L'Aube" (1996)
- "Portraits d'Artistes Pendant la Guerre" (1994)
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